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Habilidades Psicomotoras e TEA
As crianças diagnosticadas com o Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) apresentam habilidades psicomotoras prejudicadas. Percebemos prejuízos no controle postural, na coordenação motora ampla, observamos déficits na marcha e também em habilidades motoras finas. No entanto, elas podem ser superadas, apesar de suas causas estarem associadas às diferenças neurológicas e dificuldades no processamento sensorial atípico.
É importante observar as crianças com dificuldade para andar, manipular objetos, pintar, escrever, balançar, pular, manter a postura, imitar os movimentos de outras pessoas, sejam elas leves ou graves. As dificuldades motoras podem ter efeitos no desenvolvimento cognitivo, social e emocional das crianças. Isso porque habilidades, como sentar-se, pegar objetos e andar, permitem aprender novas experiências que estimulam o aprendizado.
Além disso, bebês que não se movem muito ou não agarram objetos tendem a ter menos interações com seus cuidadores, limitando as oportunidades de desenvolver a linguagem e outras habilidades. Assim, é fundamental saber que habilidades psicomotoras comprometidas impedem a participação das crianças em atividades básicas do nosso dia a dia e, assim, podem prejudicar inclusive a aprendizagem. Isso porque, o comprometimento das habilidades psicomotoras nos transtornos do espectro autista afetam o desenvolvimento emocional, cognitivo e motor. Vale ressaltar que trabalhar as habilidades psicomotoras além de inúmeros benefícios, ajuda na construção da noção espacial, temporal, na interação da criança com o seu ambiente e com o outro.
Não canso de comentar que cada criança é única, e as estratégias devem sempre ser estabelecidas de acordo com as necessidades, as potencialidades e as demandas de cada uma. O objetivo ao se propor o trabalho de estimulação psicomotora é garantir que os pequenos possam se apropriar de seu esquema corporal, tomando consciência de seu corpo, para então estabelecer relações com o meio e os estímulos oferecidos a eles.
Pular, rolar, correr, atividades e brincadeiras infantis que dão prazer às crianças devem ser estimuladas para que ela possa criar uma percepção dos limites do seu corpo. Já atividades que desenvolvem a coordenação motora fina como: recortar, colar, pintar, pegar objetos pequenos, amassar papeis, etc., são essenciais para a aprendizagem escolar, principalmente para a escrita.
Estimular o contato visual, usar mudanças na tonalidade de voz para fazer comandos, oferecer brinquedos diferentes e apropriados considerando as particularidades e possíveis hipersensibilidades da criança diagnosticada com TEA, também são estratégias fundamentais. Além disso, o trabalho multidisciplinar é fundamental para seu desenvolvimento motor, cognitivo e afetivo. Médicos, psicólogos, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, entre outros, são profissionais especializados que trabalham em sintonia para que a criança com autismo possa desenvolver suas habilidades comprometidas pelo TEA.
Quanto mais as habilidades psicomotoras forem estimuladas, mais a criança diagnosticada com TEA poderá ter autonomia em suas atividades diárias, em casa, na escola e nos ambientes que frequenta. É muito importante desenvolver estratégias que envolvem a psicomotricidade para melhorar as habilidades psicomotoras das crianças. Pois, isso irá repercutir de maneira muito positiva em todo o seu desenvolvimento. A estimulação psicomotora no TEA é uma tarefa complexa e deve ser sempre realizada por profissionais especializados. No entanto, os educadores e cuidadores podem realizar atividades que estimulem essas habilidades, para ajudar a criança a atingir autonomia sobre seu corpo:
As crianças com Transtorno do Espectro Autista podem precisar de um tempo maior para que se adaptem à novas situações e para aceitar mudanças em sua rotina. Desta forma, as habilidades motoras finas podem ser desafiadoras, deixando-as sobrecarregadas. No entanto, a exposição contínua e os diferentes desafios das atividades, a persistência e o cumprimento das tarefas podem deixar as crianças ainda mais dispostas a participar de atividades que promovam o desenvolvimento motor.