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O Princípio Alfabético e suas relações com o processo de alfabetização eficiente 

A alfabetização deve ser encarada como um processo, logo, para essa construção ser bem-feita, é preciso que suas bases sejam bem estruturadas.

 Quando o assunto é alfabetização, não podemos nos esquecer do princípio alfabético. Trata-se de uma das habilidades básicas que compõe o processo de aprendizagem da leitura e da escrita, sendo de extrema importância para que o desenvolvimento destas habilidades seja satisfatório.

Outro ponto importante que devemos destacar é que o processo de alfabetização requer habilidades essenciais, sem as quais, todo o desenvolvimento fica prejudicado. O fato é que quando o assunto é o desenvolvimento de habilidades essenciais para o processo de alfabetização, devemos estar bem atentos porque elas são as mesmas em todas as crianças, sejam elas típicas ou atípicas, o que torna esses pré-requisitos indispensável em qualquer situação de alfabetização.



O QUE É PRINCÍPIO ALFABÉTICO?

O princípio alfabético é uma habilidade essencial para que o processo de alfabetização aconteça de maneira mais eficiente. Ele envolve tanto o reconhecimento visual das letras quanto a percepção sonora das mesmas. Portanto, o termo “princípio alfabético” é utilizado para destacar a importância de não só conhecermos as letras, como também os princípios que definem o seu uso. É conhecer o nome da letra, sua grafia e o som que a letra representa quando a falamos.

A particularidade do princípio alfabético é que as consoantes e as vogais são representadas separadamente. Isto exige a capacidade mental de conseguirmos separar as consoantes das vogais. Uma operação que não conseguimos realizar fisicamente quando falamos já que, ao pronunciarmos uma consoante, produzimos simultaneamente a vogal que se lhe segue. Quem não sabe ler e escrever no sistema alfabético, não faz essa distinção. Só faz essa distinção quem aprende a ler e escrever utilizando um alfabeto.



A importância da compreensão do princípio alfabético 

Aprender a usar o princípio alfabético implica aprender:

  a) nomes e sons de letras ou grupos de letras (grafemas);

  b) a detectar, identificar e isolar os fonemas que constituem as palavras – tomar consciência dos fonemas;

  c) a estabelecer associações entre grafemas e fonemas numa sequência ortográfica.


Estes três tipos de conhecimento são adquiridos e desenvolvem-se em estreita interação, influenciando-se reciprocamente. Conhecer as letras ajuda a identificar os fonemas que formam as palavras; por sua vez, tomar consciência dos fonemas ajuda a reter o som das letras e a compreender o seu papel na representação escrita de palavras, canalizando a atenção da criança para os detalhes e para a combinação de letras numa palavra. Por isso, cada um desses conhecimentos tem uma função que é necessária para a aprendizagem da decodificação e da codificação, mecanismos indispensáveis para aprender a ler num sistema alfabético. 

Além destes conhecimentos, o uso do princípio alfabético depende também da capacidade de memória de trabalho. A razão: a transformação de uma sequência de letras num padrão fonológico (que é uma palavra, na maior parte dos casos) e, vice-versa, a codificação de uma sequência fonológica em escrita exigem a manutenção da cadeia de fonemas que a criança vai convertendo e juntando numa memória ativa até pronunciar ou até escrever a palavra.

Por onde começar?

O ensino do princípio alfabético começa com as vogais (a, e, i, o, u), pois o nome da letra é igual ao som que a letra emite quando é pronunciada. Portanto, deve-se trabalhar a escrita, o nome e o som da letra.

Outro ponto importante é relacionar as letras com nomes de objetos e/ou seres, por exemplo, nomes de animais que começam com a letra “a” – arara, abelha, avestruz, águia, anta, e fazer a relação do nome desse animal com a imagem dele, deixando o aprendizado ainda mais interessante e enriquecedor para a criança. Além disso, é importante que sejam feitas revisões com a criança para trabalhar a memória de longo prazo, além de trabalhar a habilidade de comparação dos sons e escritas das letras.

Posteriormente, apresentamos aos aprendentes as consoantes, fazendo a mesma estruturação e didática que usamos no ensino das vogais.

Também podemos usar as metodologias ativas, como jogos para a melhor internalização da habilidade. Por exemplo, podemos usar cartas que tenham as letras escritas em suas 4 formas, a imagem de algum animal que o nome comece com a respectiva letra e o nome dele escrito abaixo. Então, cada vez que você fizer o som de uma letra, a criança deve pegar a carta com a letra correspondente ao som emitido.

Para ensinar a correspondência de sons de letras, é importante trabalhar com alguns sons por vez, ensinando cada letra do alfabeto e seu som correspondente. Para cada relação letra-som, a instrução deve incluir nomear a letra ou letras que representam o som e deve associar uma sugestão de imagem de um objeto com o som alvo para ajudar os alunos a lembrar a relação entre a letra e o som.



Que tarefas os alunos devem ser capazes de demonstrar para indicar o domínio dessa habilidade?

Que tarefas os alunos devem ser capazes de demonstrar para indicar o domínio dessa habilidade?

  • Conhecimento do alfabeto
  • Ordem
  • Número de letras
  • Distinguir entre vogais e consoantes
  • Reconhecimento de letras
  • Letras maiúsculas e minúsculas
  • Letras em fontes diferentes
  • Escreva letras maiúsculas e minúsculas
  • Nome da letra / associação de som da letra




ATIVIDADES DIVERTIDAS COM O PRINCÍPIO ALFABÉTICO

ENSINE ÀS CRIANÇAS AS LETRAS EM SEU NOME

Começar com atividades de nomes faz muito sentido! Por um lado, a maioria das crianças já está familiarizada com a aparência de seu nome, o que lhe dá um bom ponto de partida. Também faz sentido começar com atividades de nomes no início do trabalho de alfabetização! Você pode começar apenas identificando e nomeando as letras. Uma vez que o domínio do nome da letra é aparente, você pode passar para os sons que cada letra faz. A boa notícia é que a maioria das letras dos nomes está intimamente relacionada a seus sons. Isso ajuda a tornar o princípio alfabético.


CONSTRUINDO PALAVRAS

Usando letras recortadas, pode ser em folha de sulfite mesmo ou para usar mais vezes as letras em papelão. Faça uma palavra de três letras no chão ou em cima de uma mesa, você pode começar com a palavra ‘SOL’ por exemplo. Peça para que a criança leia a palavra e a use em uma frase. Depois mude uma letra para formar uma nova palavra, como ‘SOLA’. Você pode começar adicionando apenas a letra final e depois mudando ela (SOL – SOLA – SOLO). Em seguida, mude apenas a letra inicial (COLA – COLO). Finalmente, mude apenas a letra do meio (CELA).


CAÇA ÀS PALAVRAS

Escolha uma letra e faça a criança procurar cinco itens que começam com o som dessa letra. À medida que cada objeto é encontrado, ajude o aprendente a escrever a palavra em uma lista. Por exemplo, se o som-alvo for ‘M’, a criança pode encontrar e escrever MAMÃO, MAÇÃ, MÃE e MICRO-ONDAS.


É muito importante lembrar que quando os alunos entendem o princípio alfabético e são capazes de aplicar o que sabem sobre correspondência letra-som para traduzir letras impressas e combinações de letras nos sons que fazem, eles são capazes de ler com precisão um vasto número de palavras, incluindo palavras que nunca encontraram em texto.


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O PRELEC (Protocolo de Avaliação dos Pré-Requisitos para Leitura, Escrita e Compreensão) é uma ferramenta moderna e científica que acompanha o desenvolvimento cognitivo ao longo da vida , permitindo avaliações precisas e intervenções adequadas em cada fase do neurodesenvolvimento. Acompanhamento por fases da vida 1. Infância (5 a 7 anos) Consolidação da atenção sustentada e consciência fonológica ; Desenvolvimento inicial da linguagem estruturada e da coordenação motora fina; Formação das bases neurais essenciais para a alfabetização. 2. Infância intermediária (7 a 12 anos) Expansão da memória de trabalho e funções executivas ; Refinamento de habilidades de leitura, escrita e compreensão textual; Desenvolvimento do raciocínio lógico e sequenciação , importante para matemática e organização escolar. 3. Adolescência Aprimoramento da autorregulação, flexibilidade cognitiva e pensamento abstrato ; Maior capacidade de planejamento e resolução de problemas complexos; Consolidação da autonomia acadêmica e social. 4. Vida adulta e terceira idade Manutenção e monitoramento das funções cognitivas ; Identificação precoce de declínios cognitivos; Possibilidade de intervenções preventivas e de estimulação cognitiva , garantindo qualidade de vida e aprendizagem contínua. Integração com a neurociência O PRELEC se baseia em evidências neurocientíficas que mostram como: O córtex pré-frontal suporta funções executivas e planejamento; O sistema atencional e áreas temporo-parietais sustentam leitura e escrita; A mielinização e redes neuronais se desenvolvem em ciclos, exigindo avaliação adaptada a cada faixa etária. Essa abordagem permite que o protocolo não apenas avalie habilidades , mas também oriente intervenções pedagógicas e terapêuticas específicas para cada fase da vida . Benefícios do acompanhamento longitudinal com o PRELEC Diagnóstico precoce de dificuldades cognitivas e de aprendizagem; Planejamento de estratégias pedagógicas individualizadas; Monitoramento contínuo, garantindo que cada fase do desenvolvimento seja acompanhada com precisão; Apoio a professores, psicopedagogos e fonoaudiólogos na tomada de decisões pedagógicas e terapêuticas. Se você quer acompanhar o desenvolvimento cognitivo de forma científica, moderna e prática , o PRELEC é a ferramenta ideal para crianças, adolescentes, adultos e idosos.
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O PRELEC (Protocolo de Avaliação dos Pré-Requisitos para Leitura, Escrita e Compreensão) vai além da avaliação de desempenho escolar: ele mede as habilidades cognitivas fundamentais que formam a base da alfabetização. Antes de aprender a ler e escrever, é essencial que a criança desenvolva pré-requisitos bem estruturados , garantindo que a aprendizagem seja eficiente e duradoura. Principais pré-requisitos para alfabetização 1. Atenção sustentada e seletiva A criança precisa manter o foco em atividades de leitura e escrita, filtrando distrações e codificando novas informações de forma eficaz . 2. Memória de trabalho Permite manipular e reter informações enquanto lê, escreve ou realiza cálculos, sendo crucial para compreensão e planejamento de tarefas. 3. Consciência fonológica Habilidade de identificar, segmentar e manipular sons da fala , fundamental para decodificar palavras e escrever corretamente. 4. Orientação espacial e temporal Essas habilidades são essenciais para: Compreender a sequência de letras e palavras; Organizar ideias no papel; Interpretar conceitos de tempo em textos e tarefas. 5. Funções executivas Incluem planejamento, flexibilidade cognitiva e autorregulação, permitindo: Organizar pensamentos; Resolver problemas; Adaptar-se a novas tarefas ou regras. 6. Coordenação motora fina A criança precisa desenvolver controle motor preciso para escrever letras e números , recortar, desenhar e usar materiais escolares. 7. Linguagem oral estruturada Uso adequado de vocabulário e construção de frases que facilitam a compreensão textual e expressão escrita . Como o PRELEC avalia esses pré-requisitos O protocolo combina tarefas práticas, observação detalhada e análise quantitativa , permitindo aos profissionais: Diagnosticar dificuldades precoces ; Planejar intervenções pedagógicas personalizadas ; Acompanhar o desenvolvimento ao longo do tempo , desde a alfabetização até a vida adulta. Cada tarefa é desenhada para ser clara, motivadora e cientificamente precisa , garantindo resultados confiáveis e aplicabilidade imediata no contexto escolar ou terapêutico. Relação com a BNCC e a neurociência O PRELEC está alinhado à BNCC , contemplando competências de: Reconhecimento do sistema alfabético; Consciência fonológica e fonêmica; Compreensão e produção textual; Raciocínio lógico, sequenciação e classificação; Funções executivas, como autonomia e pensamento crítico. Além disso, fundamenta-se em neurociência cognitiva , observando como: Dos 5 aos 7 anos: atenção e consciência fonológica se consolidam; Dos 7 aos 12 anos: memória de trabalho e funções executivas se expandem; Adolescência e vida adulta: autorregulação e pensamento abstrato se refinam. Se você quer garantir uma alfabetização sólida e preparar crianças para o sucesso escolar , o PRELEC é a ferramenta ideal para avaliar e fortalecer todos os pré-requisitos essenciais.
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