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Entenda o que são as Estereotipias no Transtorno do Espectro Autista
Conhecidas como movimentos, comportamentos e/ou atividades desencadeadas de maneira involuntária e repetitiva, as estereotipias são bastante comuns de serem observadas no Transtorno do Espectro do Autismo (TEA).
Se você convive com alguém no espectro, possivelmente já tenha presenciado alguns comportamentos que caracterizam as estereotipais. Movimentos realizados sem um motivo aparente, tais como o girar e bater de mãos, acenar, balançar cabeça, tronco e membros, abrir e fechar de boca; saltar, correr, pular, olhar objetos fixamente, cruzar pernas e bater pés, entre outros. Esses são alguns exemplos clássicos, mas é preciso deixar bem claro que as estereotipias não se resumem a isso.
As estereotipias podem envolver um ou todos os sentidos. Geralmente incluem ações que duram segundos, minutos, ou até mesmo, horas. Cada criança com TEA tem o seu próprio repertório de estereotipias, que podem evoluir com o tempo e, nem sempre, são consideradas nocivas.
É importante deixar bem claro que estes movimentos repetitivos são uma forma de autorregulação que servem para as mais diversas situações. Podem ser uma resposta à uma sobrecarga sensorial (como uma sala barulhenta) ou a pensamentos avassaladores (como ansiedade sobre a escola). Mas as estereotipias não estão relacionadas apenas a situações negativas, como os desconfortos sensoriais ou ansiedade. Geralmente, elas estão relacionadas às emoções, independentemente de serem positivas ou negativas. Por exemplo: algumas crianças podem pular ou girar incansavelmente por causa de alguma emoção muito positiva.
Ainda que existam muitos pontos positivos e que o comportamento seja eficaz no sentido de autorregulação das emoções, você sabia que alguns autistas podem desenvolver também estereotipias negativas? Infelizmente, alguns dos comportamentos motores repetitivos podem resultar em problemas como a auto mutilação, por exemplo. Não há nada de positivo na estereotipia se uma criança bate a cabeça na parede repetidamente quando está nervosa. Então, quando os episódios de estereotipia passam a interferir nos processos de desenvolvimento e aprendizagem, afetando a capacidade de comunicação e socialização, uma intervenção terapêutica pode ser recomendada.
Lembre-se sempre de que as estereotipias servem para um propósito. Não importa qual seja a situação, ela é uma maneira de trazer a pessoa para o presente e regular suas emoções. Quando alguém no TEA sente uma súbita onda de sentimentos, essa energia precisa ir para algum lugar. A estereotipia fornece uma saída para essa energia. Ela permite que a pessoa continue funcionando dentro de qualquer espaço em que esteja.